O surf da Polinésia à Praia da Macumba
Para começar: a história do surf no mundo
A ideia de deslizar sobre as águas com a força das ondas não é novidade. Há séculos que isso é colocado em prática, e os registros são de datas e lugares diferentes. Dizem que no Peru, 2.500 anos atrás, os pescadores já usavam canoas para surfar nas ondas do Pacífico.
Mas foi na Polinésia, lá pelos idos do século XII, que o surf em pé foi registrado pela primeira vez em pinturas rupestres. E foi de lá que a prática foi difundida para o Hawaii, a partir das viagens e explorações do povo polinésio.
No Hawaii, o surf toma um contexto religioso, com rituais sagrados na produção das pranchas e até espaços definidos da prática do esporte nas praias das Ilhas. Homens, mulheres, crianças e até os reis e rainhas havaianos praticavam o surf.
Uma figura importante nessa história é a de Duke Kahanamoku. “The Duke”, como ficou conhecido, foi um nadador havaiano que, depois de competir os Jogos Olímpicos de 1912, viajou o mundo e disseminou o surf para outros lugares, como a Califórnia e a Austrália.
Quando o Hawaii se torna o 51º estado dos EUA, o surf sai da ilha e se consolida em outras praias do país. É a partir daí que a prática e o lifestyle se espalham pelos meios de comunicação e chegam a outros países, inclusive o Brasil.
A história do surf no Brasil
Por aqui, o primeiro registro do surf é de 1930, lá em Santos, São Paulo. Por lá, o jovem americano Thomas Rittscher e sua irmã Margot são vistos deslizando em pé sobre as ondas. Mas, por algum motivo, naquele momento, o esporte não evolui.
Na década de 50, no Rio de Janeiro, mais uma vez são americanos que surfam as primeiras ondas em pé. É a partir daí que as coisas acontecem de verdade. No Arpoador, em Ipanema, o esporte tomou um rumo diferente e virou um lifestyle entre os cariocas.
As revistas estrangeiras e a convivência com a cultura americana foram essenciais para transformar o esporte no país. As “madeirites”, pranchas de compensado naval, foram vistas primeiro nas revistas estrangeiras importadas. As manobras e acessórios também foram copiadas das imagens registradas nessas revistas.
No primeiro momento, os praticantes de surf no Arpoador eram os jovens que praticavam pesca submarina na praia e já tinham intimidade com o mar. Três mulheres faziam parte do grupo: Maria Helena Beltrão, Fernanda Guerra e Heliana Oliveira foram pioneiras do surf feminino no Brasil.
A partir daí, o surf evolui rapidamente. A grande mídia – televisão, rádio, cinema e revistas – teve um papel essencial para a consolidação do esporte como um “lifestyle”. Campeonatos de surf também começam a surgir nessa época. O primeiro rolou em 1965 no Arpoador.
No cinema, filmes estrangeiros são trazidos para as salas do Brasil. Uma nova ideia do surf surge junto com “Endless Summer”, filme de 1966. No filme, surfistas viajam o mundo atrás das ondas perfeitas. No Brasil, os jovens entendem que, para além do Arpoador, outros picos de surf estavam esperando para serem explorados.
É assim que o surf toma outras praias e no Rio de Janeiro, e chega em lugares onde, na época, mal havia moradores. A variedade de picos e tipos de ondas do estado, transformou rapidamente o Rio de Janeiro em uma cidade famosa pelo surf.
Praia da Macumba: o surf do Rio de Janeiro pro mundo
A Praia da Macumba faz parte dessa história, e inclusive ajudou a colocar o Rio de Janeiro nos holofotes do mundo todo, quando o assunto é surf. Hoje a praia é mundialmente conhecida como um pico perfeito, tanto para os longboarders, quanto para surfistas de pranchinha e até stand up.
A construção do Longboard Paradise e a cultura do surf club, que foi importada por Hamilton diretamente da Austrália, ajudou a colocar ainda mais a praia da Macumba como um point de surf no mapa. Assim, reforçando a cultura local dos que já faziam parte da história do esporte na cidade. Não a toa, o point do Rico, uma das lendas do surf carioca, tá ali do lado, na mesma praia.
Além disso, mais recentemente, a Praia da Macumba entrou para a história do surf no Rio de Janeiro e mundo a fora por se tornar o palco perfeito para campeonatos internacionais de surf. E é claro que o Longboard Paradise fez parte disso. Inclusive servindo como base e hospedagem oficial de alguns desses campeonatos.
É incrível saber que o Longboard Paradise está registrado na história, com a Praia da Macumba como palco de momentos incríveis do surf nacional e internacional. Esperamos que a história continue sendo contada, por cada hóspede do nosso hostel e por cada onda da nossa praia.